Diário de sobrevivencia de Murilo Damázio

Murilo estava em mais um dia de trabalho, diferente dos outros esse estava um pouco mais agitado, uma ocorrência é denunciada e ele vai averiguar junto do Cb. Duane, um grupo de bandidos haveria roubado uma loja próxima ao DP, Duane pega a direção da viatura e Murilo o segue, ficando no banco do carona.

--Vamos soldado.
--Pegue a 9mm abaixo do banco.
--Parece que teremos um longo dia hoje.

Colocava a mão por debaixo do banco, retirando a 9mm do suporte com muito cuidado. Em seguida checo se ela esta travada e também se esta carregada.

--É apenas um dia como outro qualquer..
--Nós deveriamos ganhar o triplo pra fazer tudo isso.. é sério.

Eu então colocava a arma no cinto de utilidades e depois ficava quieto.

--Heh.
--Parece que vai ser mais um dia no escritório...

Duane:
--Espere aqui.

Chegando no local ele desce do carro rapidamente e entra no estabelecimento.

Duane:
--Cadê os mother fuckers?

Lojista:
--Sa-saíram correndo.
--Eles foram na direção da rodovia 38.

Duane:
--Ok...
--Vamos traze-los.

O cabo salta no carro e acelera na direção da rodovia.

--Soldado.
--Pegue a calibre doze do banco de trás.
--Coloque encima das minhas pernas, nós podemos ter que sair atirando, caso aconteça use a porta do carro como escudo e fique abaixado.

Logo fazia como me foi pedido, sacava a calibre doze, conferia se a mesma estava travada e carregada e depois colocava no colo de Duane.

--Sei que sou o novato... mas não sou burro.
--Agora acelera que não to afim de perder muito tempo com esses caras.

Pegava a pistola e a segurava com firmeza.

Eles começavam a se aproximar de um carro em alta velocidade, Duane liga a sirene e o outro carro sai disparado.

Duane:
--ATIRA!

Eu então sorria enquanto colocava minha arma no sinto novamente.

--Sabe, gosto de um pouco mais de atitude..
--Me empresta isso.

Eu pegava a calibre 12 que estava no colo de Duane, e depois me posicionava na janela, agora ja tentando atirar em um dos pneus do carro.

--Acelera ai, tentar botar o pra lateral, vai ficar mais fácil pra mim.

Duane acelera a viatura e abre espaço para Murilo atirar, ele acerta o pneu traseiro esquerdo do carro, oque ocasiona vários capotamentos no carro dos bandidos, devido à alta velocidade, o carro dos bandidos vai parar cerca de 70m de distância do local.

--Seu idiota!
--Não era pra matar os caras, isso vai lascar agente todo, cara.
--Droga... Olha, Murilo...
--Vamos ver se eles sobreviveram, se não levamos eles pra primeira vala que acharmos.

Então o carro chega no local do acidente.

--Vamos contar os corpos...

Duane desce do carro e encosta na janela onde Murilo estava, pelo lado de fora.

--Você verifica pela direita.

Duane saca sua arma e segue pela esquerda, verificando as janelas do carro.

Obs. O carro está totalmente capotado, isto é, está virado de cabeça para baixo, literalmente.

Duane:
--Holy shit...
--Esse aqui já foi pra vala...
--Costelas quebradas, deve ter perfurado os pulmões...
--Droga, que estrago cara.

Murilo vê mais dois caras, um no banco da frente ou no banco de trás, um havia batido a cabeça e fraturado o crânico, outro estava com ambos os braços quebrados, fraturas expostas e muito sangue, ninguem poderia sobreviver com tanto sangue perdido.

--Éer...
--Vamos tirar esses caras daí e esconde-los na floresta.
--Se o Capitão souber dessa bagunça nós dois estamos fora da Corporação.

Duane começa a tirar o primeiro homem, que estava do outro lado do carro na perspectiva de Murilo.

Duane, um homem alto e forte, pega dois dos corpos e os coloca nos ombros. No total haviam 3 mortos.

--Vamos lá seu maricas...
--Vamos leva-los para a floresta.

Ele começava a andar por um vasto campo, que introduzia à floresta.

Colocava a calibre 12 nas costas, em seguida arrumava a 9mm no cinto, então pegava o corpo restante, o colocava nos ombros e ia andando atrás de Duane

--Malditos... nem pra fazer um dieta antes de morrerem...
--Odeio tudo isso...
--Ahhhhhhhhh, vão sujar minha farda...

Jogava o corpo de volta no chão, em seguida o pegava pela mão e ia o levando pela floresta. O corpo ia ficando num estado ainda pior.

--Pelo menos esse acho que ninguém vai conseguir reconhecer..

Duane:
--Esse seu senso de humor me irrita...
--Concentre-se.

Eles adentram 50m na floresta e encostam os corpos em árvores.

--E agora...
--Oque acha que devemos fazer?
--Simplesmente os deixamos aqui?

Eu botava a mão no queixo, em seguida dava uma leve risada.

--Seria bom enterra-los..
--Mas não estou com muita vontade de pegar numa pá, e nem temos uma também..
--Deixa eles ai mesmo, os animais vão se encarregar deles.

Eu então dava as costas para os cadaveres e ia até Duane.

--Melhor irmos.. já to cansado desse joguinho.
--Vamo nessa?

--Vai na frente e liga o motor do carro...
--Eu vou dar um fim mais digno pra esses caras, sabe, meu avô foi pra cadeia e, bem, ele roubou para não deixar meu pai morrer de fome.
--Talvez esses caras não fossem tão ruins... De qualquer forma, eles merecem algo melhor que ser dilacerados por bichos...
--Pode ir.

Duane dá as costas à Murilo e começa a checar os corpos.

Eu então batia minhas mãos uma na outra enquanto ia em direção ao carro.

--Faz como você quizer, eu vou pro carro...
--Prefiro dormir do que me sujar com esses caras.

Eu então ia até a viatura. Quando ja estava nela, baixava o banco, e colocava os pés no painel do carro, tetando ficar numa posição confortável.

"Ele faz o que ele quizer, eu vou dormir"

Ao ver ele, continuava andando, só que agora com um pouco mais de postura.

"O que ele esta fazendo aqui.."
--Olá Capitão..
--Veio nos ajudar na busca dos bandidos foi?
--Eles capotaram o carro e entraram na floresta...
--Depois de um tempo decidi voltar, mas meu parceiro quis continuar por ali pra ver se encontrava algo..
--Ele ja deve estar vindo..

Eu olhava para a floresta coçando minha cabeça.

Quando Murilo se aproxima de Johson, que permanece imóvel ouvindo Murilo, logo após Murilo dizer tudo é agarrado pelo uniforme, o Cpt. gira o corpo de Murilo o pressionando contra a lateral da viatura, com o braço pressionando seu peito, quando Murilo percebe o homem já estava com a 9mm que Murilo carregava nas mãos.

--Você está mentindo pra mim seu moleque!
--Acha que eu sou idiota a ponto de não perceber o tiro no pneu do veículo e a cápsula de calibre 12 à 70m daqui?
--Moleque idiota. Você vai receber uma suspensão não-remunerada por isso.

Murilo ouvia o Cpt. falar, mas não entendia muito bem, estava pasmo por uma cena um tanto bizarra, Duane voltava seguido por 2 outras figuras ensanguentadas, pareciam os mesmos homens mortos naquele carro, do ângulo de visão de Murilo, Duane estava lado a lado com esses homens.

Não entendia muito bem o que estava acontecendo, mas alguns segundos depois volto a falar.

--Tsc... eu acertei um tiro no pneu, eles capotaram e depois conseguiram ir pra Floresta...
--Olha só o Duane voltando ali com eles.
--Por que eu mentiria? eu dou valor a minha farda.

Eu então olhava para Duane.

--Hey Duane.. explica aqui pro Capitão da situação aqui..
--Ele não ta acreditando que os caras capotaram e correram pra Floresta..

Ficava aguardando a resposta, e pensando em como aqueles homens estavam ali andando se a pouco tempo atras eles estavam mortos, eu tinha a certeza que eles não tinham pulso, pois havíamos verificado antes de leva-los para a floresta.

Enquanto Duane ia se aproximando, Murilo percebe que as pessoas não estavam do seu lado mas estavam o seguindo, quando Murilo grita Duane para pra coçar a cabeça, talvez pensando no que diria ao chefe, é quando um dos homens o agarra e morde o seu pescoço, arrancando parte do músculo daquela área.

Cap. Johson:
--Mas que m*rda é essa?

Duane, com todo seu tamanho e força consegue se soltar e voltar para a direção onde Murilo estava com o Cpt. Johson, Duane começa a atirar nos homens, eles levavam vários tiros no coração, estômago, tórax mas nada os derrubava.

Duane:
--M*RDA.
--Mas oque diabos é isso?

Johson empurra a 9mm no peito de Murilo, devolvendo a arma, então saca um M4A1 que estava pendurada em seu tronco por uma alça e, com uma mira extremamente precisa, dá um tiro em cada cabeça dos homens, que finalmente caem. Logo Duane cai no chão e o Johson vai socorre-lo.

Johson:
--Como se sente, homem?
--Oque aconteceu?

Duane:
--Cof*
--Nã-Não sei...
--Eles. Estavam. Mort-.

Duane desmaia e para de respirar, ele estava morto.

Eu então empunhava a arma com força e depois corria junto Johnson. Eu não conseguia entender como aquilo havia acontecido.

--Droga, droga, droga.....
--Acorda Duene... acordaa!

Eu sacudia Duane em uma medida desesperada e inútil. Parava alguns segundos depois, quando a ficha caia. Eu então me levantava com uma das mãos na abeça.

--Isso não pode estar acontecendo....
--DROGAAA!
--Você estava certo, nós os matamos sem querer, e não sabíamos o que fazer, nós só queríamos parar o carro deles.
--Mas eles estavam mortos.. como eles voltaram a vida assim?
--Eu verifiquei o pulso deles, e eles não tinham nenhum sinal de pulsação de sangue..

Ainda com as mãos na cabeça rodava de um lado pro outro tentando intender tudo aquilo.

A rádio patrulha começava a chamar dentro do carro.

Rádio:
--18-29, responda, 18-29, por favor responda. A cidade está um caos.
--Voltem para cá, agora. Precisamos de vocês aqui.
--Droga, cadê o Capitão?
--M*rda, m*rda.

O locutor da rádio parecia desesperado, algo incomum de se acontecer.

Rádio:
--18-29, SE ESTIVER OUVINDO ISTO, A CIDADE ESTÁ UM CAOS, AS PESSOAS CORREM PELAS RUAS, ALGUMAS ENLOUQUECERAM, TIROS POR TODOS OS LADOS, A POLÍCIA NÃO ESTÁ CONSEGUINDO CONTROLAR O PÂNICO QUE SE INSTALOU, TUDO ESTÁ UMA BAGUNÇA. EU ESTOU SAINDO DA CENTRAL DE POLÍCIA AGORA, ESTAMOS INDO PARA A ESCOLA "THE HALL OF CLASS", NOS ENCONTREM LÁ.

O som de fundo da mensagem eram tiros, gritos estranhos altos, gritos de mulheres e homens e muita correria.

Capitão:
--Mas oque diabos está acontecendo lá?
--Vamos, soldado, vamos ajudar os nossos.

O capitão olha para Duane, que começa a se remexer no chão, tentando se levantar, ele gemia de forma estranha, como os que o feriram.

Capitão:
--Você serviu com todas as sua força e coragem.
--Descanse em paz, bom homem.

Johson atira na cabeça de Duane, fazendo-o parar de se mexer. Logo ele olha para Murilo.

Capitão:
--Não foi uma escolha fácil, mas, pelo que parece isso não está acontecendo só aqui.
--Precisamos evitar que mais dos nossos morram por isso, se eles estavam realmente mortos e voltaram então Duane também pode.
--Vamos embora.

Ele corre na direção do carro.

Ficava quase que em choque por alguns segundos, mas logo depois entrava dentro do carro.

--Que merda é essa?
--Me diga que isso não é uma epidemia...

Johson parecia calmo com tudo aquilo, apesar de sua família estar dentro daquela bagunça na cidade.

--Não sei...
--Encontraremos essas respostas quando reagruparmos com os outros policiais.

Ele pega o rádio do carro.

--Central, aqui é o Capitão Nathanael Johson do 3º Batalhão de Jokoville, por favor responda. Quais os status?

Ninguem respondia.

--Central, chamando, Capitão Nathanael Johson, responda a chamada central.

Nada de respostas.

--Droga. Fique preparado garoto. Estamos indo para a escola.

O homem acelerava o carro, eles estavam indo numa velocidade altíssima, a rodovia estava quieta, afinal aquela rodovia levava para dentro do Estado, talvez as pessoas tivessem tentado fugir pela ponte, passando para o outro lado do rio.